Mozambique (Beira) – The Impact of Climate Change on Women

In support of the International Women’s Day (8 March), the Adaptation to Climate Change Project in Mozambique (AMC-Moz) organized a public debate about the role of women in climate change, reflecting on how climate change affects women and about their importance implementing solutions.

Thus, we are inviting concerned public, project partners, members of government institutions, organizations of international cooperation and civil society, members of disaster risk committees and students to participate in the debate.

Programme:

18:00 to 18:15     Opening
18:15 to 19:00     Movies on the topic “Women and Climate Change”
19:00 to 20:00     Reviews of special guests on the topic and public debate
20:00 to 20:30     Cocktail

When? 05th of March 2015, 18-20:30pm

If you have further questions, please contact: thomas.jaeschke@giz.de>

IMPRESSIONS OF THE EVENT AND BACKGROUND INFORMATION:

Debate Público – Mudanças Climáticas: „O que as Mulheres têm a dizer?“

As mudanças climáticas são já uma realidade. Os impactos negativos em Moçambique vão das cheias e ciclones mais frequentes até secas mais intensas e prolongadas, afectando a uma população altamente vulnerável que precisa de se adaptar.

No âmbito da semana do Dia Internacional da Mulher (8 de Março), a Direção Provincial de Coordenação Ambiental de Sofala (DPCA), a Delegação Provincial o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades em Sofala (INGC) e a Cooperação Alemã (através da GIZ), parceiros no Projecto de Adaptação às Mudanças Climáticas (AMC-Moz), promoveram no 5 de Março, na Universidade Católica de Moçambique na Beira, um debate público sobre o papel da mulher nas mudanças climáticas, refletindo sobre como estas as afectam e qual a sua importância na procura e na implementação de soluções.

Após a exibição de diferentes filmes documentários explicando o que são as mudanças climáticas, trazendo testemunhas de mulheres do mundo inteiro sobre os impactos das mudanças climáticas nas suas vidas e comunidades e mostrando exemplos de mulheres brasileiras adaptando-se às mudanças climáticas, as convidadas especiais do debate fizeram a relação entre o visto e a situação em Moçambique.

A primeira convidada, Sra. Ermelinda Maquenze – Directora da DPCA, destacou que o governo moçambicano tem estratégias elaboradas para a adaptação às mudanças climáticas e para a integração da questão de género. Ela afirmou que a mulher, por ser mais vulnerável no contexto das mudanças climáticas tem um papel fundamental na adaptação. Dentro das medidas principais a Directora apontou a priorização da mulher na formação e no acesso à informação, assim como a promoção do associativismo.

A Sra. Albertina Barbito – Coordenadora do Centro de Investigação de Gestão e Economia Aplicada da UCM, referenciou que as mulheres, por questões culturais, na grande maioria das vezes assumem a responsabilidade pela família, pela alimentação e pela busca de água. A educação tem um papel fundamental para incentivar e ensinar as mulheres. Na UCM existe uma área de estudos sobre mudanças climáticas e ela disponibilizou-se a compartilhar o seu conhecimento na área de agricultura de conservação com as mulheres rurais.

A Sra. Rosalina – do Movimento de Mulheres (Grupo de partilha de ideias das mulheres de Sofala), destacou que as mulheres trabalham a terra com muito sacrifício, mas o rendimento destas é gerido pelo homem, provocando a fraca autonomia das mulheres sobre suas vidas. Devido a questões culturais elas não tem poder de decidir e são submissas. Ela indicou que devido às mudanças climáticas, com mais secas e as chuvas intensas, a soberania alimentar será enfraquecida.

A Sra. Antónia Teixeira – Coordenadora do Comitê Local de Gestão de Risco de Calamidades (CLGRC) de Nhangau, falou das dificuldades que as mulheres têm de participar no comitê devido a dependência e em ocasiões devido á oposição dos homens. Como medidas concretas indicou que o comitê está a trabalhar com as mulheres, por exemplo, na preservação de sementes, na criação de grupos de poupança e na produção de medicamentos naturais. Ela enfatizou que para mudar as relações de género tem que se envolver aos homens também.

Nas intervenções de debate posteriores, os participantes do público destacaram a importância de integrar a questão da saúde nos debates sobre as mudanças climáticas, a necessidade de um maior envolvimento das mulheres acadêmicas para apoiarem na sensibilização das mulheres frente as mudanças climáticas e a necessidade de criação de programas específicos para empoderar às mulheres na sua tomada de decisões, assim como para facilitar o seu acesso à formação e à informação.

O evento ajudou a fortalecer o diálogo entre mulheres das diferentes áreas (governo, universidade e sociedade civil) e a reforçar a importância de trabalhar de forma especifica com as mulheres para que as ações de adaptação ás mudanças climáticas sejam mais eficientes e tenham maior impacto. A partir do debate o movimento de mulheres da Beira vai integrar o tema das mudanças climáticas e o papel das mulheres na sua agenda de trabalho.

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